A companhia biofarmacêutica AbbVie anunciou que a ANVISA, agência regulatória brasileira, aprovou o uso do adalimumabe, anticorpo monoclonal totalmente humano, para o tratamento de hidradenite supurativa de moderada a grave. Este passa a ser o primeiro e único tratamento aprovado para adultos que tenham esta doença no Brasil. O medicamento já foi aprovado nos Estados Unidos e Europa pelas agências regulatórias locais.
A hidradenite supurativa caracteriza-se por lesões geralmente localizadas nas axilas e virilhas, nádegas e sob as mamas. Antes da aprovação de adalimumabe, as principais opções de tratamento disponíveis para HS eram cirurgia, para remoção da pele afetada, e antibióticos para tratar as infecções. O diagnóstico é feito por meio do exame clínico da pele; o dermatologista é o especialista médico treinado para tratar e diagnosticar a doença. “Os sintomas de hidradenite supurativa, como nódulos e abscessos inflamados, podem ter um grande impacto negativo na vida dos pacientes”, afirma a médica dermatologista Maria Cecilia Rivitti Machado, da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “A hidradenite é uma doença inflamatória bastante dolorosa, que torna difícil realizar atividades rotineiras, prejudicando os relacionamentos pessoais, sociais e profissionais”.
Mais sobre Hidradenite Supurativa – A Hidradenite Supurativa é uma doença inflamatória crônica, dolorosa, que se caracteriza por nódulos inflamatórios, abscessos e fístulas localizados predominantemente nas grandes dobras de pele, como axilas e virilha, e na parte interna das coxas, na região dos seios e nádegas, que são áreas de atrito da pele. Acredita-se que a doença tem origem numa resposta anormal do sistema imunológico. A doença afeta três vezes mais mulheres do que homens, sendo que maioria dos portadores de hidradenite supurativa tem sobrepeso e sabe-se que também há relação com o tabagismo. Embora a maior parte dos portadores seja adultos, é comum que a doença tenha início próximo à puberdade.
Em pessoas predispostas, o folículo piloso dessas áreas inflama e bactérias da flora local contribuem para ampliar essa resposta do organismo, levando à expansão do processo para outros folículos da proximidade. Eventualmente a inflamação diminui, mas surtos sucessivos desse processo formam áreas que não desinflamam completamente e se intercomunicam, resultando em nódulos endurecidos, cordões fibrosos e fístulas, num processo que se perpetua por meio da presença de mediadores inflamatórios.
“O tratamento inclui a mudança de hábitos, como parar de fumar e evitar o sobrepeso, aliados importantes no controle das manifestações da doença, ao lado da cirurgia e outras modalidades de intervenções dermatológicas, bem como dos medicamentos que atuam sobre a inflamação, a exemplo do adalimumabe”, completa Dra. Maria Cecília Rivitti Machado.
A AbbVie é uma companhia biofarmacêutica global, com foco em pesquisa, formada em 2013, a partir de sua separação da Abbott. No Brasil, iniciou suas operações como empresa independente no começo de 2014; atualmente conta com mais de 400 colaboradores. Em 2015, mais de 1500 pacientes brasileiros foram de 18 estudos clínicos em desenvolvimento pela AbbVie no Brasil.
Fonte: Exame Abril