Qualquer pessoa pode contribuir com essa tomada de decisão, através da consulta que ficará disponível até 15 de junho
São Paulo, junho de 2022 – A CONITEC, Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde, acaba de abrir uma consulta pública para ouvir a sociedade a respeito da atualização da DDT (Diretrizes Diagnósticas Terapêuticas) de mieloma múltiplo, o segundo tipo de Câncer Sanguíneo mais frequente no mundo, que afeta alguns leucócitos – os plasmócitos – que são células encontradas na medula óssea[i]. A consulta pública fica aberta até o próximo dia 15 de junho e pode receber recomendações de qualquer adulto acima de 18 anos por meio do site: https://www.gov.br/participamaisbrasil/consulta-publica-conitec-sctie-n-34-2022-pcdt-mieloma-multiplo
A DDT é um documento oficial do Sistema Único de Saúde (SUS) que define critérios para o diagnóstico de uma doença ou agravo à saúde, tratamento preconizado, mecanismos de controle clínico e acompanhamento e verificação dos resultados terapêuticos a serem seguidos pelos gestores do SUS[ii]. “A última revisão desta DDT aconteceu em 2015, ou seja, há sete anos. Agora temos a oportunidade de contribuir com a atualização, considerando todos os avanços tecnológicos que tivemos no tratamento de mieloma múltiplo desde então”, explica Christel Arce, Diretora de Acesso da Janssen Brasil. “Um estudo recente[iii], apontou que os pacientes brasileiros com câncer atendidos pelo SUS foram, em alguns casos, duas vezes mais propensos a morrer em decorrência da doença do que os pacientes atendidos no sistema privado. Entre os tipos de câncer avaliados, a maior discrepância de expectativa de vida foi observada justamente entre os pacientes de Mieloma Múltiplo, o que reforça a importância dessa atualização”, completa a executiva.
A sugestão desta atualização inclui no fluxo de diagnóstico para o paciente no âmbito público a incorporação do teste citogenético por Hibridização in Situ por Fluorescência (FISH), para a detecção de alterações citogenéticas de alto risco em pacientes com a doença; e insere entre os medicamentos recomendados para o tratamento no âmbito do SUS o uso do bortezomibe, tecnologia incorporada em 2020[iv].[v] Outras opções terapêuticas avaliadas recentemente pela Comissão, que ainda não foram incorporadas ao SUS, não foram incluídas na versão – como o daratumumabe e a lenalidomida. A proposta foi apresentada aos membros do plenário da comissão, que recomendaram favoravelmente.
Além disso, vale destacar que a CONITEC ratifica os benefícios clínicos de daratumumabe, bem como a alta qualidade da evidência do estudo CASTOR (fase III, superioridade de daratumumabe combinado com bortezomibe + dexametasona versus bortezomibe + dexametasona {DVd vs Vd} em pacientes com mieloma múltiplo recidivado ou refratário)[vi].
Para Christel Arce, participar da consulta pública e se posicionar em relação às atualizações propostas é uma forma de contribuir para a melhoria do tratamento e da qualidade de vida de pacientes com Mieloma Múltiplo no SUS. “Estudos e pesquisas estão em constante evolução na busca pelas melhores soluções para tratar todas as doenças, sobretudo as mais graves. Por isso é importante que a DDT acompanhe esse progresso e que as pessoas colaborem compartilhando suas experiências como médicos, pacientes e sociedade em geral”, afirma.
Entendendo a doença
O mieloma múltiplo é um câncer de sangue ainda incurável que afeta alguns glóbulos brancos – plasmócitos – que são células encontradas na medula óssea[vii]. Quando danificadas, essas células plasmáticas se espalham rapidamente e substituem as células normais da medula óssea por células tumorais. Considerada uma doença do idoso, mais de 90% dos casos ocorrem após os 50 anos, e a idade média do diagnóstico no Brasil é de 63 anos[viii].
No Brasil, a incidência do mieloma múltiplo permanece desconhecida, mas pesquisadores indicam que a doença pode chegar a quatro em cada mil brasileiros, representando aproximadamente 7.600 novos casos por ano. Nos Estados Unidos, são registrados 19 mil casos no mesmo período.[ix]
Embora algumas pessoas diagnosticadas com mieloma múltiplo inicialmente não apresentem sintomas, a maioria dos pacientes é diagnosticada devido a sintomas que podem incluir fratura nos ossos, baixa contagem de glóbulos vermelhos, cansaço, altos níveis de cálcio, problemas renais ou infecções.[x]
Participe da Consulta Pública
A Consulta Pública que avalia a opinião da sociedade sobre a atualização da DDT de mieloma múltiplo está disponível em www.gov.br/parti…ltiplo e fica aberta até o dia: 15 de junho de 2022.
Sobre a Janssen
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Fonte: Assessoria de imprensa – /Ketchum
Referências:
[i] Rajkumar SV. Multiple myeloma:2020 update on diagnosis, risk-stratification and management. Am J Hematol.2020;95(5):548-5672020;95(5):548567.www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32212178
[ii] Conitec – Relatório de Recomendação de Atualização Diretrizes Diagnósticas Terapêuticas Mieloma Múltiplo. Maio/2022. Disponível em conitec.gov.br/images/Consultas/Relatorios/2022/20220526_DDT_Mieloma_Multiplo_CP.pdf Acesso em maio de 2022.
[iii] ASCO, American Society Clinical of Oncology. Overall cancer survival inequalities in the state of São Paulo: A comparison between public and private systems. Disponível em: meetings.asco.org/abstracts-presentations/206745. Acesso junho/2022.
[iv] Cavo M, Galli M, Pezzi A, Di Raimondo F, Crippa C, Offidani M, et al. Persistent Improvement In Clinical Outcomes With Bortezomib-Thalidomide-Dexamethasone Vs Thalidomide-Dexamethasone Incorporated Into Double Autologous Transplantation For Multiple Myeloma: An Updated Analysis Of Phase 3 Gimema-MMY-3006 Study. Blood [Internet]. 2013 Nov 15;122(21):2090–2090. Available from: ashpublications.org/blood/article/122/21/2090/11751/Persistent- 129 Improvement-In-Clinical-Outcomes-With
[v] Sekine L, Ziegelmann PK, Manica D, Fonte Pithan C, Sosnoski M, Morais VD, et al. 128 Frontline treatment for transplant‐eligible multiple myeloma: A 6474 patients network meta‐analysis. Hematol Oncol [Internet]. 2019 Feb 20;37(1):62–74. Available from: onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/hon.2552
[vi] Clinical Trial. Clin Lymphoma Myeloma Leuk. 2020 Aug;20(8):509-518. doi: 10.1016/j.clml.2019.09.623. Epub 2019 Oct 9. Disponível em: pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32482541/ Acesso em maio/2022.
[vii] Rajkumar SV. Multiple myeloma:2020 update on diagnosis, risk-stratification and management. Am J Hematol.2020;95(5):548-5672020;95(5):548-567.www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32212178
[viii] Brasil, Observatório de Oncologia. Disponível em: observatoriodeoncologia.com.br/epidemiologia-do-mieloma-multiplo-e-disturbios-relacionados-no-brasil/ Acesso em maio/2022.
[ix][ENTREVISTA] Presidente da ABRALE discute cenário do Mieloma Múltiplo no Brasil.Oncoguia.15.09.2015.Disponível em www.oncoguia.org.br/conte…or ano
[x] Chim CS, et al. Management of relapsed and refractory multiple myeloma: novel agents, antibodies, immunotherapies and beyond.Leukemia.2018;32(2):252-262.