Profissional que trabalha em uma Unidade Básica de Saúde de Itaitinga percebeu que os idosos estavam comparecendo ao local para pegar remédios em um intervalo de tempo muito menor que o habitual indicado para o tempo de duração de consumo dos medicamentos.
Uma enfermeira de uma unidade básica de saúde de Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza, criou um projeto para ajudar idosos a tomarem suas medicações nos horários certos. Ela percebeu que os pacientes iam ao posto de saúde mais de uma vez por mês para pegar medicamentos que deveriam durar bem mais tempo para acabar.
“Além de perceber que tinha algo errado quando ia fazer as visitas domiciliares, verifiquei que eles estavam indo ao posto duas vezes ao mês para pegar medicamentos, sendo que entregamos o suficiente para um mês inteiro, mas eles falavam que tinha acabado, ou seja, estavam tomando tudo errado”, afirma a enfermeira Mirley Fontenelle, de 40 anos.
A partir dessa situação, a profissional de saúde teve a ideia de pedir doações de caixas de sapato em um grupo de moradores da comunidade e passou a ilustrar as caixas com símbolos que representassem cada turno do dia separados por divisórias para armazenar os remédios que deveriam ser tomados pela manhã, à tarde e à noite.
Ilustrações e divisórias indicam turno correto para que os idosos tomem os medicamentos ao longo do dia — Foto: Arquivo pessoal
“Com o nome de ‘Remédio na Hora Certa’, o projeto consiste em ilustrar essas caixas com desenhos de uma xícara, para representar o turno da manhã, o sol, para fazer referência ao período da tarde e, por fim, a lua para indicar que o medicamento deve ser tomado à noite. Quando entrego a caixinha explico tudo e eles ficam muito felizes”, diz Mirley.
O projeto tem apenas dois meses de existência, mas já beneficiou 30 idosos da Comunidade Carapió. A recepção, tanto por parte dos idosos, quanto pelos familiares, tem sido muito boa, segundo a enfermeira.
“Muitos moram só, não tem família e ainda não sabem ler. Chegavam na unidade de saúde com a pressão nas alturas e diabetes também. Os familiares estão muito felizes por verem a autonomia dos parentes idosos para tomarem seus medicamentos e não ficam mais tão preocupados”, comenta.
Enfermeira com idosos atendidos na UBS do município de Itaitinga — Foto: Arquivo pessoal
Fonte: Assessoria de Imprensa