Fevereiro Roxo: alterações emocionais podem desencadear sintomas do lúpus

Lúpus: por se tratar de uma doença multifatorial, sem causa específica, não há medidas preventivas, mas hábitos e estilo de vida saudáveis

O “Fevereiro Roxo” conscientiza sobre Alzheimer, lúpus e dibromialgia. Ansiedade, depressão e outros transtornos mentais, além de gerarem grande sofrimento psíquico e psicológico, podem estar associados a diversas doenças físicas. É o caso do lúpus, que atinge uma a cada 1.700 mulheres, de acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia. Com o estado emocional debilitado, os sinais da doença, como lesões na pele, feridas na boca, erupções cutâneas e fadiga tendem a aparecer ou se intensificar. De acordo com a assessora médica do Laboratório Lustosa, Ana Maria Sales Teixeira, isso ocorre porque os transtornos mentais costumam impactar no  sistema imunológico.
“Com a baixa da imunidade, o organismo fica mais suscetível aos sintomas da doença. Estudos comprovam que o desequilíbrio emocional promove alterações neuroendócrinas e imunológicas, como o aumento de cortisol, de adrenalina e de noradrenalina, além de significativa redução no número e na atividade de linfócitos, células que participam do processo de defesa do organismo”, explica Ana Maria Sales Teixeira.
A médica destaca que as doenças mentais, no entanto, não causam o lúpus. Elas contribuem para sua exacerbação em pacientes que já sofrem com a doença. Os transtornos mentais ainda podem gerar emoções negativas e/ou hábitos de vida não saudáveis, que podem dificultar o controle adequado do Lúpus.

Estresse tem impacto sobre o lúpus

Segundo Ana Maria, estudos sugerem que o estresse também tem impactos na doença. “Alterações comportamentais frequentemente identificadas no indivíduo estressado, como a diminuição ou aumento de atividade física, de horas de sono, mudanças na dieta e no uso de álcool, cafeína, nicotina e drogas, podem por si só ter efeitos deletérios e podem repercutir em doenças clínicas, principalmente naquelas de base imunológica, como o lúpus”, observa.
De acordo com a supervisora técnica do setor de imunologia do Laboratório Lustosa, a biomédica Graziele Negreiros Lima, o lúpus é uma doença inflamatória crônica autoimune (quando as células do sistema imune atacam o próprio corpo), mais comum do que se imagina. “Ele pode se apresentar de duas formas diferentes: o cutâneo, caracterizado pelas manchas na pele, e o sistêmico (Lúpus eritematoso sistêmico), que pode acometer diferentes órgãos, provocando dores articulares e anemia”.

A doença pode se manifestar por meio de sintomas inespecíficos como fadiga, desânimo, febre baixa, emagrecimento e perda de apetite, e sintomas mais específicos, como lesões na pele, além de dor, inchaço e rigidez das articulações.

A biomédica ressalta que, assim como em diversas doenças autoimunes, o lúpus não tem uma causa definida. “A ocorrência da doença é multifatorial. Infecções prévias podem levar ao desenvolvimento da doença, assim como outros fatores ambientais, genéticos e hormonais.  Por isso, não existem medidas de prevenção. No entanto, hábitos e estilo de vida saudáveis, além de evitar a exposição ao sol, são recomendáveis”, complementa.

Diagnóstico

Graziele Negreiros LIma destaca, ainda, que o diagnóstico precoce é fundamental para evitar a evolução do Lúpus e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. “Atualmente, existem diversos exames laboratoriais que podem auxiliar nessa tarefa. Alguns desses exames visam buscar autoanticorpos que já foram associados à doença. O mais conhecido deles é o FAN (Fator antinuclear),  utilizado como triagem, e pode indicar ao médico qual anticorpo aquele paciente possui. Isso é importante para conduta terapêutica e acompanhamento da evolução da doença”.

Contudo, complementa ela, é importante lembrar que nenhum exame isolado permite o diagnóstico de doença. “É preciso avaliar tanto os exames quanto a apresentação clínica do paciente”, acrescenta.

Maternidade

Graziele Negreiros afirma que as mulheres são mais acometidas pelo lúpus, principalmente entre 20 e 45 anos. Uma dúvida muito comum em relação à doença diz respeito à maternidade. “As mulheres com Lúpus, em sua grande maioria, têm sua fertilidade preservada e podem engravidar assim como qualquer outra mulher. Contudo, é indicado que a paciente não esteja na fase ativa da doença, que a gravidez seja planejada e acompanhada por um especialista”, argumenta.

Lúpus neonatal

Alguns bebês ao nascimento podem apresentar o chamado lúpus neonatal, que é causado pela transferência dos autoanticorpos da mãe para o bebê. Mas, isso não quer dizer que o bebê adquiriu a doença da mãe. Os sintomas tendem a desaparecer após alguns meses, quando ocorrer a eliminação dos anticorpos do seu organismo.

“Alguns bebês podem desenvolver um defeito cardíaco grave, mas que pode ser detectado por exames adequados e identificada a necessidade de tratamento. Por isso, o acompanhamento médico é tão importante para mãe e para o bebê. Contudo, a doença não é considerada contagiosa, ou seja, o lúpus não é transmissível de uma pessoa para outra”, informa a especialista.

Fonte: Assessoria de Imprensa

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