Representantes da indústria farmacêutica debateram a competitividade e criticaram a falta de incentivo à inovação no setor. A discussão fez parte do Seminário Brasil Competitivo – Indústria Farmacêutica Nacional, ocorrido na Câmara dos Deputados nesta terça-feira, dia 29/10. As informações são da Agência Câmara.
A conclusão é de que existe uma necessidade urgente de implementar políticas públicas de longo prazo para que o país possa, por exemplo, aumentar a produção de ingrediente farmacêutico ativo (IFA). Hoje, o país produz apenas 5% de IFA, sendo que este é o principal componente para a produção de medicamentos.
Incentivo à inovação pede nova política de preços
O executivo elenca que políticas recentes como a Nova Indústria Brasil e a Letra de Crédito de Desenvolvimento devem melhorar a produção de IFA e o desenvolvimento de terapias avançadas e de biotecnologia. Mas ele criticou a política de controle de preços que foi fixada em 2004.
“Hoje, se usarmos a regra atual, medicamentos inovadores, feitos no Brasil, que trazem ganhos para o mercado e para a sociedade, muitas vezes, têm preços menores do que os remédios antigos. Isso porque a regra de preço não considera a inovação”, ressalta Lahmann.
Pandemia
O deputado Clodoaldo Magalhães (PV-PE), que é relator do projeto de lei que institui a Estratégia Nacional de Saúde (PL 2583/20), disse que a necessidade de políticas de longo prazo ficou evidente na pandemia.
“Essa agenda ficou muito visível para a sociedade brasileira durante o período da pandemia, pela importação por preços aviltantes de insumos para a indústria farmacêutica. Trata-se de uma discussão importante por passar por uma construção de uma lógica que não beneficie só indústrias de capital nacional”, observou.
Para o deputado, esse modelo beneficia indústrias de capital multinacional que venham não só colocar o seu investimento em sedes brasileiras, mas que também tragam o investimento em P&D para consolidar e manter no Brasil os cérebros formados aqui e desenvolvidos aqui.
O vice-presidente da IQVIA, Sydney Clark, mostrou como China, Coreia do Sul e Índia conseguiram se transformar em grandes produtores de medicamentos a partir de projetos de, no mínimo, dez anos.
Fonte: Panorama Farmacêutico
Indústria farmacêutica critica falta de incentivo à inovação (panoramafarmaceutico.com.br)