A fabricante brasileira de medicamentos Libbs prevê crescimento de 7 a 8 por cento no faturamento em 2017, cerca de metade da expansão prevista para este ano diante do impacto da crise econômica no país, disse o presidente-executivo da companhia, Alcebíades Athayde Júnior.
“Pessoas desempregadas vão menos ao médico…e como a indústria farmacêutica de certo modo vive da prescrição médica, certamente isso afeta no médio prazo”, afirmou o executivo em entrevista à Reuters.
A fabricante de medicamentos deve encerrar 2016 com faturamento de 1,5 bilhão de reais, uma alta de 15 por cento frente ao resultado de 2015. “Ninguém está imune à crise”, destacou. “Nós acreditamos que haverá realmente impacto da crise econômica”, afirmou, referindo-se ao resultado do próximo ano.
De acordo com a companhia, citando o levantamento IMS Health/Pharmaceutical Market Brazil, a Libbs é a nona farmacêutica do país no mercado de varejo. O laboratório produz medicamentos para especialidades como cardiovascular, ginecologia, oncologia e sistema nervoso central, entre outros. Entre seus concorrentes estão laboratórios como Aché, EMS Pharma e Hypermarcas.
No Brasil, a companhia, de controle familiar, prevê continuar crescendo organicamente, mas uma expansão internacional está no radar, particularmente para o mercado norte-americano. “O que podemos começar a fazer é procurar alguma possibilidade de estar lá (Estados Unidos), na área de pesquisa, ou se acontecer de uma pequena empresa estar disponível para venda por um bom preço, é uma possibilidade”, destacou.
Novo mercado
Na semana passada, a Libbs inaugurou uma fábrica para produção e desenvolvimento de medicamentos biológicos à base de anticorpos monoclonais em escala industrial, com vistas para o tratamento de câncer e doenças autoimunes.
Athayde Júnior disse que o empreendimento, com nome de Biotec, deve entrar em operação comercial no espaço de um ano e meio a dois anos. Segundo a companhia, trata-se da primeira fábrica brasileira de medicamentos biossimilares monoclonais a serem produzidos em escala industrial.
O projeto tem investimento estimado de até 500 milhões de reais, sendo que já foram usados na construção da fábrica 227 milhões de um total de 250 milhões financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Para a condução dos estudos clínicos, o aporte chegará a 250 milhões de reais, repassados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
Fonte: Exame Abril