Pacientes com lúpus eritematoso sistêmico podem participar de estudo com novo medicamento ainda em fase experimental, o deucravacitinibe, para tratamento da doença
Atualmente, no Brasil, estima-se que entre 150 e 300 mil pessoas tenham lúpus eritematoso sistêmico, sendo a maioria mulheres. O lúpus é uma doença complexa não só pelos sintomas que variam de pessoa para pessoa, dificultando o diagnóstico rápido e preciso, como também pelas opções de tratamento, nem sempre o medicamento que é eficaz e seguro para alguns pacientes, vai ser para todos.
Por isso, quando o assunto é lúpus, qualquer informação sobre novos tratamentos chama atenção de pacientes e familiares. E não é à toa: as atuais opções terapêuticas para a doença não são vastas, poucos medicamentos foram desenvolvidos e aprovados para pacientes com lúpus. Ou seja, ainda há um horizonte de descobertas a serem feitas para trazer mais qualidade de vida para quem convive com a condição.
Daí a importância da pesquisa clínica para encontrar alternativas de tratamento. Foi através dos estudos clínicos que, hoje, temos a cura de algumas doenças, como também a prevenção e tratamento de diversas outras. “Se a média de vida da população aumentou é porque tivemos a descoberta de novos tratamentos através das pesquisas clínicas. Se hoje, por exemplo, o HIV não é mais uma sentença de morte e sim, uma doença crônica tratável, é porque tivemos a pesquisa clínica atuando”, destaca André Gomes, Diretor de Pesquisa da Bristol, Brasil.
De olho nisso, recentemente, um novo medicamento ainda em fase experimental, o deucravacitinibe, está sendo estudado em pacientes com lúpus e tem demonstrado promissores resultados de controle da manifestação da doença.
Deucravacitinibe: 58% dos pacientes apresentaram bom controle do lúpus, em comparação com o uso de placebo
Segundo os resultados das primeiras fases do estudo, realizado pela farmacêutica Bristol Myers Squibb, mostram que o deucravacitinibe mostrou eficácia de 58% contra 34% do grupo placebo. Além disso, o deucravacitinibe também apresentou baixa taxa de eventos adversos, demonstrando segurança do fármaco.
“Em estudos Fase 2, o deucravacitinibe demonstrou melhora da atividade global do lúpus, com redução de dores, fadiga e também da manifestação da doença na pele. Em comparação com o placebo, os pacientes tiveram melhora da capacidade funcional no dia a dia e mais bem-estar”, explica Patrícia Faustino, Diretora Médica Associada da Área de Imunologia da Bristol, Brasil.
O medicamento sob o nome comercial de Sotyktu(r), hoje é indicado apenas para tratamento da psoríase em placas. O medicamento que é via oral atua inibindo uma enzima chamada tirosina quinase 2 (TYK2), o que faz reduzir a resposta inflamatória presente na psoríase. A TYK2 também está envolvida nos processos imunológicos que levam ao lúpus e, com os novos estudos, o mesmo medicamento também demonstra ser capaz de reduzir a inflamação nesta doença.
O Brasil está participando de dois estudos clínicos globais fase 3 com deucravacitibine em pacientes com lúpus. Estes estudos têm como objetivo aumentar os dados de eficácia e segurança do medicamento nesta indicação. Ao todo 550 pacientes serão incluídos, sendo 100 pacientes aqui no Brasil. Hoje, a pesquisa está sendo realizada em centros de pesquisa clínica espalhados em 33 países .
Como participar da pesquisa clínica sobre o deucravacitinibe
Podem se candidatar pessoas entre 18 e 75 anos, que tenham lúpus eritematoso sistêmico há mais de 24 semanas e que estejam usando pelo menos uma medicação para tratamento da doença há 12 semanas ou mais. Além de colaborar com a pesquisa de um medicamento promissor para o tratamento do lúpus, que pode beneficiar milhares de pacientes, os participantes recebem toda assistência necessária.
“O paciente é acompanhado de perto por médicos e outros profissionais da saúde, sem nenhum custo para ele, nem mesmo de transporte ou alimentação. É uma oportunidade de usar um novo medicamento promissor, mas ainda em fase experimental, e também de ter acesso a um acompanhamento de excelência da sua saúde”, explica André Gomes, Diretor de Pesquisa Clínica da Bristol, Brasil.
Para se candidatar a participar da pesquisa clínica, basta preencher o formulário neste link. Se o participante se encaixar nos critérios do estudo, receberá contato da equipe com mais informações e os próximos passos.
Material para público geral – NO-BR-2400076, junho de 2024.
Referências:
SOTYKTU_VP_v03_27082021_Paciente.pdf (bms.com)
Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) – Sociedade Brasileira de Reumatologia