Entidades do setor farmacêutico e médico pediram ação do Ministério da Saúde sobre dificuldades de acesso a remédios.
Medicamentos estão em falta em farmácias públicas e particulares no Sul de Minas. No dia 2 deste mês, entidades do setor farmacêutico e médico encaminharam ao Ministério da Saúde um ofício pedindo que a pasta tome uma atitude sobre as dificuldades de acesso a remédios.
Em algumas das cidades mais populosas do Sul de Minas, o problema já acontece. Em Varginha, 10 medicamentos estão em falta na rede pública, entre eles dipirona e amoxicilina. Nas farmácias particulares também há registro de faltas.
Em Poços de Caldas, são 16 medicamentos da rede básica que estão em falta. Segundo a Secretaria de Saúde, todos foram comprados, mas há um atraso na entrega por parte das distribuidoras, que alegam falta de matéria-prima.
Em Passos, a prefeitura informou que não há falta de medicamentos na cidade e que as farmácias da região operam com 90% dos estoques. Até a publicação desta reportagem, a Prefeitura de Pouso Alegre ainda não havia dado um retorno sobre a situação.
Preocupação com antibióticos
A maior preocupação é com os antibióticos. O setor farmacêutico tem apontado que a falta de matéria-prima para o produto e a alta demanda pós-covid fizeram com que esse tipo de medicamento ficasse escasso.
Moradores estão tendo dificuldades em encontrar os medicamentos. É o caso de uma mãe que teve a filha diagnosticada com um princípio de pneumonia.
“Ela foi diagnosticada com um princípio de pneumonia, o que já é um desespero para uma mãe, porque esse tempo de frio e pneumonia já assusta muito e aí quando eu chego na farmácia, a gente não encontra o medicamento, nós fomos em três ou quatro farmácias e nós não encontramos o medicamento que o médico havia receitado. Ele já havia me avisado, caso você não consiga, você volta que eu troco a receita, mas o melhor é esse. Até que eu fui em uma farmácia, a gente encontrou uma caixa, o medicamentos que ele passou eram duas caixas, então não comprei porque senão o tratamento ia ficar pela metade. Aí eu fui em outra farmácia eu encontrei de novo mais uma caixa, aí eu peguei essa e corri para não vender a outra caixa pra eu conseguir juntar as duas que eu precisava”, disse a jornalista Sibele Cristina da Silva Pereira.
Falta de antibióticos é o que mais preocupa autoridades de saúde — Foto: Reprodução EPTV
Segundo o secretário de Saúde de Varginha, Armando Fortunato, o problema da falta de medicamentos está na falta de insumos para a produção de medicamentos.
“Eu nunca vivi uma situação tão lamentável quanto essa que estamos vivendo, uma situação global, a falta de insumos para a produção de medicamentos, laboratórios do mundo todo e no Brasil não é diferente, nos atingiu de uma maneira preocupante. O tempo todo estamos lutando para fazer as aquisições dos medicamentos, a questão é a origem, na produção, a falta de insumos é muito grande. A gente recomenda também para a população prestigiar os medicamentos genéricos, que têm os princípios da biodisponibilidade, biossegurança, eficácia e eficiência, com preços mais vantajosos, sempre estamos buscando os medicamentos genéricos, que em alguns casos estão em falta no mercado”, explicou o secretário.
O Ministério da Saúde informou que tem trabalhado sem medir esforços para manter a rede de saúde abastecida com todos os medicamentos ofertados pelo SUS. A pasta trabalha em conjunto com a Anvisa, conselhos municipais e estaduais de saúde e representantes das indústrias farmacêuticas, para verificar as causas e articular ações emergenciais para mitigar o desabastecimento dos medicamentos no país.
Fonte: G1 EPTV – Sul de Minas.
Sobre o Movimento Medicamento no Tempo Certo
O Movimento Medicamento no Tempo Certo (MTC) reúne relatos de pacientes de todo o Brasil, sobre a falta de medicamentos. Por meio deste relato, são realizadas ações de cobranças aos órgãos públicas solicitando a regularização do fornecimento de medicamentos. Somente em 2022, o Movimento Medicamento no Tempo Certo prestou suporte a mais de 12 mil pacientes que estavam sem medicamentos.
Se você não esta recebendo seu medicamento do SUS ou do plano de saúde, solicitamos que preencha o formulário de registro de falta de medicamentos de 2022, somente com seu relato e os dados reportados, podemos pressionar os órgãos governamentais para a regularização do fornecimento.
Se você preencheu nosso formulário e voltou a ficar sem medicamentos, solicitamos que preencha novamente.
Clique no link: https://pt.surveymonkey.com/r/faltademedicamentos2022 e ajude a tornar público a falta de medicamentos essenciais para o tratamento de doenças crônicas, no SUS e no Plano de Saúde.
MTC é um projeto coordenado pelo Grupo de Apoio ao Paciente Reumático Brasil, Biored Brasil e Grupo Encontrar.