Nível de confiança em saúde depende de transparência do setor, afirma especialista

Conhecimento maior do funcionamento do sistema de saúde brasileiro pode ser solução para mudar cenário de desconfiança

Estudo global Edelman Trust Barometer 2018 revela que os índices de confiança caíram em todas as instituições no Brasil. Segundo levantamento, apenas 51% dos brasileiros confiam nos serviços de saúde1; é o setor que menos inspira confiança no país. Para especialistas, o aumento da transparência no sistema de saúde e um conhecimento maior de seu funcionamento podem ser soluções para mudar esse cenário.

“Os desafios de financiamento do nosso sistema já são conhecidos pela população, pois os efeitos são sentidos no atendimento e na dificuldade de ter acesso a tratamentos e exames. É um fator que certamente impacta a essa percepção, que ainda é agravada pela falta de conhecimento sobre o funcionamento do SUS e o oferecimento de medicamentos”, afirma Prof. Lindemberg Assunção Costa, presidente do Instituto Nacional de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (INAFF).

Para o especialista, além de mais financiamento e de uma melhor gestão de recursos para que o SUS consiga incorporar medicamentos mais modernos, o aumento da transparência na tomada de decisões do governo pode contribuir para uma melhor percepção do brasileiro em relação ao sistema de saúde como um todo.

“A criação da CONITEC foi um enorme avanço para garantir acesso a medicamentos seguros e confiáveis. Criada em 2011, o órgão estabeleceu critérios mais claros para oferecer ou não determinado tratamento no SUS. O aprimoramento contínuo desses critérios técnicos e de soluções de financiamento é o nosso grande desafio hoje em dia”, completa.

Tendo esse cenário em vista, evento em Salvador reunirá governo, academia e mercado para buscar algumas soluções. O VI Fórum Brasileiro sobre Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (FAFF), que acontece entre os dias 18 e 21 de setembro, discutirá quais modelos inovadores de acesso a medicamentos têm funcionado no mundo e que poderiam ser aplicados no brasil; como aperfeiçoar o processo de incorporação de novas tecnologias em âmbito estadual; e modelos de contrato em oncologia.

“Quando falamos em farmacoeconomia, estamos utilizando conhecimentos de economia para escolher medicamentos que sejam, ao mesmo tempo, eficazes para os pacientes e acessíveis para os sistemas de saúde”, comenta Prof. Lindemberg. Evento reunirá as melhores práticas nacionais e internacionais no tema, como o modelo italiano de contrato por desfecho clínico, onde o pagamento é feito de acordo com o resultado real obtido no tratamento de pacientes.

Para Renata Curi Hauegen, advogada especialista em contratos em saúde, os novos modelos de parcerias entre o Estado e a iniciativa privada estão entre as soluções para contornar o orçamento limitado e as necessidades dos pacientes. “O objetivo final do acordo de partilha de risco é ajustar o preço das novas tecnologias em saúde com base na efetiva entrega terapêutica, ou seja, nos benefícios trazidos para os pacientes”, comenta. Para a advogada, a discussão sobre acordos de partilha de risco no Brasil vem amadurecendo e fóruns como o FAFF são promotores desse avanço. “Se antes havia apenas curiosidade sobre o assunto, hoje em dia notamos que muitas Secretarias de Estado e o próprio Ministério da Saúde têm trabalhado no sentido de tornar realidade modelos inovadores de contratos que são tendência no cenário internacional”, destaca.

Informações gerais:

VI Fórum Brasileiro sobre Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia

Data: de 18 a 21 de setembro de 2018

Local: Bahia Othon Palace Hotel

Endereço: Av. Oceânica, 2294 – Ondina, Salvador

Para se inscrever e conferir a programação completa, acesse www.assistenciafarmaceutica.com.br.

Informações para a imprensa

Nahia Rosa

Nahia.rosa@edelman.com

55 11 3060-3124

Mayara Souza

mayara.souza@edelman.com

55 11 3060-3376

Referências

1. Edelman Trust Barometer 2018: https://edelman.com.br/propriedades/trust-barometer-2018/

 

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