Orientação das pastas competentes é recorrer ao medicamento em caneta, disponível no SUS; compra do item na rede privada se torna opção
O laboratório Novo Nordisk, fornecedor de insulina em frasco, decidiu suspender a produção do item. O laboratório em questão fornecia os frascos das insulinas Novolin R e Novolin N para o Sistema Único de Saúde (SUS), e especificamente para o Programa Farmácia Popular, o que afetou diretamente a oferta do medicamento na rede pública.
A orientação da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) é que o paciente com diabetes procure a insulina em caneta no sistema público de saúde ou busque seu médico para buscar a alternativa mais adequada. Farmacêuticos já apontam a falta do medicamento em frasco nos estoques.
Em nota, a empresa farmacêutica disse que “os desafios globais na cadeia de suprimentos de medicamentos” afetam a capacidade de abastecimento da insulina em todo mundo. Nesse sentido, a indústria anuncia a suspensão temporária do fornecimento do Novolin R (insulina regular) e do Novolin N (insulina NPH, de ação prolongada), ambos em frasco, durante todo o segundo semestre de 2024.
Fica claro que a descontinuação da produção não se dá pela qualidade dos produtos, mas sim pela necessidade mercadológica de encontrar linhas de medicamentos mais viáveis no quesito oferta de insumos/demanda dos pacientes.
No época do informe da farmacêutica Novo Nordisk, o Conselho Federal de Farmácia, as Associações Brasileiras de Diabetes (SBD) e de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), além do Conselho Regional de Farmácias de Goiás, expressaram preocupação com o abastecimento da insulina, já que muitos pacientes fazem uso do sistema público de saúde.
Com o desabastecimento das distribuidoras, os órgãos fiscalizadores apontam que não há escolha a ser feita sobre os estoques das Farmácias Populares, além do que, os farmacêuticos não podem trocar o tipo de medicamento no balcão do estabelecimento, sem uma troca prévia da receita com o médico. Ou seja, é recomendado que o paciente retorne ao médico para atualização da prescrição médica, podendo ser encaminhado para a rede privada para compra do medicamento.
Notícias veiculadas na grande mídia já mostram falta do medicamento não apenas em Goiás, mas em outros estados da federação, como no Rio de Janeiro, por exemplo.
Posicionamento
A Secretaria de Estado de Saúde, também em comunicado oficial, reforça a escassez do medicamento em frasco nas farmácias populares, devido à paralisação da produção pelo próprio laboratório. “Caso o paciente possua prescrição do SUS, consegue retirar gratuitamente o medicamento nas unidades de saúde pública, porém na apresentação de canetas. Nas unidades também são fornecidas as agulhas para serem utilizadas nas canetas”, colocam a alternativa de tratamento.
Por sua vez, apesar da descontinuação da produção deste laboratório específico, o Ministério da Saúde afirma que “a insulina análoga de ação rápida e as insulinas humanas NPH e Regular, nas apresentações de frasco de 10 mL e tubete de 3 mL, estão com fornecimento regular no SUS”.
O único trecho da nota do Governo Federal que conversa com a atual situação diz que “esses estabelecimentos têm autonomia para definir os produtos em estoque de acordo com a demanda e negociação com os seus fornecedores”. Dessa forma, deixa a entender que, ou pela demanda ou pela negociação com os fornecedores, se tem a escassez do produto em questão.
Por fim, a pasta reforça seu compromisso com a população e diz que os esforços para garantir o abastecimento aprovado às secretarias estaduais são contínuos, “inclusive por meio de novos processos aquisitivos com empresas internacionais”.