As úlceras nos pés ocorrem em cerca de 34% das pessoas com a doença e matam mais do que câncer de mama, diz especialista
De 1 a 3 de maio a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) realiza, em Fortaleza, o 3º Fórum de Atualização e Inovação em Diabetes. No evento serão discutidos temas relevantes como Diabetes na Gestação, Diabetes e Fígado, Doença Cardiovascular no Diabetes, Exercício e Diabetes, Tecnologias e Neuropatia e Complicações nos pés, dentre outros.
As úlceras nos pés ocorrem em cerca de 34% das pessoas com diabetes e são tipicamente relacionadas com mau controle da glicose, presença de complicações diabéticas, especialmente neuropatia, e ausência de cuidados adequados com os pés.
De acordo com a médica Geisa Maria Campos de Macedo, coordenadora do Departamento de Neuropatias e Pé Diabético da Sociedade Brasileira de Diabetes, aproximadamente 18,6 milhões de pessoas com diabetes no mundo são afetadas por uma úlcera nos pés a cada ano. Com relação às amputações de membros inferiores, ela explica que 80% são precedidas de uma úlcera. A mortalidade em 5 anos para indivíduos diabéticos com uma úlcera no pé é de 30%, mas chega a 70% depois de uma amputação maior.
“Úlcera em pé diabético mata mais que câncer de mama”, afirma a médica. A cada 20 segundos no mundo é feita uma amputação de pé/perna em pessoas com diabetes. Isso ocorre mais em pessoas negras, hispânicos, nativos americanos e pessoas de baixa condição socioeconômica. No Brasil, a região Nordeste é uma das mais afetadas.
Várias intervenções reduzem o risco de úlceras, como educar pacientes e treinar profissionais de saúde para que seja possível a identificação precoce do problema. O uso de sapatos adequados, o tratamento da pele seca, calos, bolhas, cortes corretos de unhas, fungos, micoses e a abordagem precisa e precoce da infecção favorecem um melhor prognóstico do pé diabético e diminuem amputações. É importante lembrar que é indispensável cuidar do paciente como um todo, controlando bem o diabetes, a pressão arterial, o colesterol e triglicerídeos, o excesso de peso, e avaliar periodicamente a função renal.
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