A falta de medicamentos para pacientes com Mal de Parkinson nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Distrito Federal tornou-se um transtorno. A vice-presidente da Associação Parkinson Brasília (APB), Maria Laura, afirmou que não tem encontrado nos centros de saúde o “Prolopa”, um dos principais remédios para a doença neurológica, e que tem sido uma reclamação recorrente dos associados.
Uma das fontes ouvidas pelo portal Atividade News alegou ter ido em mais de uma UBS, nesta última quarta-feira (29), e não conseguiu o medicamento para a mãe. Isso tanto pela UBS quanto na Farmácia Popular em que foi cobrado uma taxa pelo produto. Sobre a escassez do remédio, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) afirmou que as unidades não estão abastecidas devido a problemas com os fornecedores. O comunicado foi feito por meio de uma nota oficial.
“Em função da inexecução dos dois últimos pedidos, por parte do fornecedor, que não entregou o produto, o estoque do medicamento está desabastecido. Um novo processo de aquisição está em andamento. A pasta orienta que, os pacientes que fazem uso da medicação, procurem sua UBS de referência e solicitem a troca do medicamento por outro similar até que a situação seja regularizada”.
Em um levantamento da pasta, o consumo médio do remédio, visto o última aquisição, é de mais de 26 mil comprimidos por mês. Devido a carência do “Prolopa”, o neurologista do Hospital Santa Marta (HSM), Gustavo Sousa, reforçou que os sintomas podem se intensificar. São eles:
- Tremores;
- Rigidez;
- Lentidão;
- Dificuldade de andar
- Quadros depressivos;
- Ansiedade.
Além disso, Gustavo reiterou que os pacientes podem estar suscetíveis a outros quadros mais graves a partir de fraturas, infecções respiratórias e trombose. O remédio é o tratamento mais eficaz para controlar ou aliviar os sintomas motores, o “padrão-ouro” para a doença. Em relação à situação de falta no estoque, o especialista disse que a disponibilização do medicamento é imprescindível.
“Garantir o acesso contínuo a este medicamento na rede pública é fundamental para a adesão ao tratamento, considerando que a doença é crônica e o custo dos medicamentos pode ser um fator limitante para muitos pacientes”, detalhou Gustavo à equipe de reportagem. Até o momento, não há um prazo para que a reposição do “Prolopa” seja feita.
Em caso de falta, é recomendado outros remédios para aliviar os sintomas, no entanto não substitui em si o “Prolopa”. Alguns exemplos são:
- Pramipexol;
- Rotigotina;
- Rosalina;
- Entacapona.
“Essas alternativas podem ser usadas para reduzir sintomas motores, mas, no longo prazo, a ausência de levodopa pode levar a um controle subótimo dos sintomas e, eventualmente, a uma piora da qualidade de vida do paciente”, complementou o neurologista.
Fonte: Atividade News
Sem estoque: DF fica sem medicamentos para Parkinson na rede pública – Atividade News